Chamado de “tocador de obras” na Câmara Municipal de Fortaleza, especialmente pelos 36 vereadores aliados, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) conclui neste ano um mandato de oito. No entanto, o pleito é concluso com uma série de denúncias, inclusive, de improbidade administrativa e prevaricação, além de má utilização dos recursos públicos, superfaturamento e desvios de dinheiro, apontado pela Controladoria Geral da União (CGU). Durante a pandemia, a gestão também tem dividido opiniões, principalmente sobre a construção milionária do Hospital de Campanha num estádio, que em breve será demolida.
Contudo, a oposição na Câmara Municipal tem fiscalizado veementemente cada ação do atual prefeito. Um dos que mais chama atenção para erros graves do município é o vereador Sargento Reginauro (PROS), que tem pouco mais de um ano na Casa. Entre as denúncias do vereador está o investimento em: saneamento básico, políticas públicas de atenção à habitação; e as irregularidades nas áreas de educação, saúde e infraestrutura. “Enquanto 44% da população vive em assentamentos precários e vulneráveis, o equivalente a um milhão de pessoas, a Prefeitura investe milhões em obras desnecessárias”, comparou Reginauro Sousa, com base em dados do Fortaleza 2040 – Plano Local de Habitação de Interesse Social.
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A esperança da população em eleger um prefeito médico era o cuidado especial com a saúde e com a vida das pessoas. Mas, foi anunciado em 2019, que em ano eleitoral, o prefeito investiria R$ 1 bilhão na Saúde, como efeito de oito anos sem nenhum empenho concreto para melhorar a qualidade no atendimento de quem depende de hospitais e Postos de Saúde.
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NOVO CORONAVÍRUS
Mesmo com o primeiro decreto estadual de isolamento social, as obras municipais continuaram a todo vapor. Inclusive, a da Av. Desembargador Moreira, que gerou grande polêmica já que o asfalto estava em perfeito estado, segundo moradores, mas foi totalmente arrancado e será refeito. “Uma obra cara e insignificante, são milhões que poderia ter sido investido em saúde, principalmente, nesse momento de crise”, afirmou um morador do entorno (identidade preservada). A obra está orçada em R$ 30 milhões com a justificativa de comodidade para o turista. O Sargento Reginauro solicitou a suspensão de todas as obras municipais imediatamente.
Vale aqui lembrar, que em 2019, a Prefeitura de Fortaleza não conseguiu atender à demanda de crianças matriculadas em creches. Segundo uma professora que teve sua identidade preservada, o valor total para atender a toda a demanda era justamente o valor da nova avenida Desembargador Moreira, desde a Pontes Vieira até a Beira Mar.
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OBRAS POLÊMICAS
Entre as obras mais polêmicas está também o conjunto de obras da Beira Mar, com o valor inicial de R$ 120 milhões, sendo R$ 68 milhões para a engorda do novo aterro da Avenida. Conforme informações, após o início das obras foram criadas valas que tornaram o banho de mar mais perigoso. Aliás, essa situação também foi denunciada pelo vereador Sargento Reginauro, pois os guardas municipais do salvamento aquático reclamam de falta amparo do município. “Denunciamos a falta de efetivo no salvamento aquático, além da falta de equipamento de trabalho. Alguns estão há mais de quatro anos com o mesmo fardamento, pois a Prefeitura prioriza o o concreto e não as vidas. O tocador de obras precisa parar”, salientou Reginauro ao destacar a vulnerabilidade dos banhistas.
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Covid-19 em Fortaleza
Após o anúncio da construção do Hospital de Campanha para as vítimas do coronavírus no Estádio Presidente Vargas, no valor de R$ 4 milhões, muitos profissionais da saúde entendem que tal decisão é vista como desperdício de dinheiro público, pois a cidade dispõe de diversos equipamentos públicos aptos a receber uma estrutura para o combate às epidemias de maneira mais ágil e econômica. “Por que não utilizar equipamentos já prontos, ao invés de construir um hospital para depois ser destruído?”, questionou Sargento Reginauro, que também destacou que a previsão de gastos da Prefeitura com publicidade para este ano é de R$ 49 milhões, além das novas torres de segurança previstas no valor de R$ 4 milhões, a compra de veículos e R$ 50 milhões para eventos. O parlamentar solicitou informações sobre a construção do hospital provisório.
VITÓRIAS À POPULAÇÃO
Através de seu gabinete, conseguiu a revogação de R$ 13 milhões, que estava voltado para eventos de promoção da cidade como destino turístico. O vereador pediu destinação para aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais de saúde. Além disso, requereu também que as ações de Governo previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2020, cuja execução não são urgentes, sejam remanejadas para ações de enfrentamento do novo coronavírus.
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