Um grande estrondo e em seguida uma cortina de fumaça. Gritos, correria, pânico…
Um prédio residencial desmorona no coração comercial de Fortaleza.
As imagens ganham as redes sociais e imprensa. Em instantes a notícia tomava os noticiários do País. Em instantes uma verdadeira operação de guerra é montada para tentar socorrer os sobreviventes.
Bombeiros, policiais militares, guardas municipais, agentes de trânsito, peritos, voluntários, autoridades se movimentavam freneticamente procurando organizar aquela operação que logo se mostraria ser a mais complexa da história recente do nosso Estado, quiçá a maior da história.
Aos poucos a cena foi sendo assumida pelos seus reais protagonistas, os bombeiros militares. A estes pertence o dever de agir e coordenar uma operação dessa natureza.
Os escombros foram sendo invadidos por pontos laranjas que não mais paravam de colorir aquele cenário cinza e fúnebre. Eram as equipes dos bravos e bravas militares do Corpo de Bombeiros.
Aqueles que sempre são vistos como heróis, anjos e gozam da maior credibilidade dentre todas as instituições públicas, mostraram as razões para tanto carinho da população em geral.
Sob o sol escaldante, sob as noites longas ou mesmo ocasionais chuvas, o que se viu foi uma tropa que parece não cansar nunca, movida pelo desejo de salvar vidas.
Mas eles não estavam sozinhos. Socorristas, voluntários da Cruz Vermelha, Exército, enfermeiros, bombeiros civis, médicos, psicólogos, fisioterapeutas e outros terapeutas, cristãos, enfim. A mais intensa corrente de solidariedade que essa cidade já presenciou também foi se multiplicando para que nenhum apoio faltasse aos nossos combatentes.
Os números não são os melhores, mas sobre isso nada mais poderia ser feito. O mais importante é pensar que não faltou vontade, não faltou esforços para que tudo fosse feito no sentido de salvar o máximo de vidas possíveis. E mesmo que não houvesse vida, ainda assim o esforço não era poupado para que as famílias pudessem sepultar seus entes amados.
Finalmente, o último corpo foi retirado. Mais lágrimas, abraços, orações, alívio. Eles voltam para suas casas após cinco dias em que não viveram outra coisa que não fosse pensar nessa operação.
Eles e elas voltarão para suas famílias. Muitos vão chorar escondido, muitos passarão talvez ainda noites mal dormidas com as imagens de tudo que viveram. É impossível simplesmente esquecer. Mas é necessário.
Porém, espero que estes homens e mulheres não sejam esquecidos. Não de novo. Eles vêm sendo por toda a história e só são lembrados quando a tragédia vem nos visitar. Eles merecem reconhecimento e valorização e não simplesmente por essa tragédia. Pequenas tragédias ocorrem todos os dias e eles sempre estarão lá, envoltos em suas capaz, com suas luvas e capacetes, mas sem nenhum super poder. Apenas o bom e o velho desejo de salvar vidas!

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