Não bastasse o grande número de policiais mortos em serviço, ou em folga, decorrente da natureza da atividade que realizam, no combate ao crime; o número de policiais militares doentes do corpo e da alma é cada vez mais alarmante.

Veja o meu pronunciamento:

Homens com pouco mais de 30 ou 40 anos, com problemas clínicos graves, morrendo aos poucos. Quem os mata? O que causa essa morte? Há algum culpado? Nenhuma dessas perguntas vem acompanhada de uma resposta concreta. Há alguns fatores que cooperam para o elevado índice, mas a maioria destes é intrínseco da profissão, sinônimo de pressão, cobrança, medo e perigo. É muito fácil encontrar agentes da segurança com problemas de ordem psicológica e psiquiátrica graves. A gravidade coloca em risco suas vidas, dos companheiros e familiares.

O local de trabalho é um dos principais locais para a prática suicida, com a própria arma da instituição, mas muitos cometem nos dias de folga. Quando o profissional se percebe nessa situação, se desespera, porque não reconhece esse estado de espírito, porém, nesse momento o amparo das instituições seriam de suma importância, no entanto não é bem assim que ocorre. A impressão que temos é que a instituição se isenta e acaba mais uma vez não tratando os profissionais como seres humanos, que sofrem, que choram, que sentem e, principalmente, que ADOECEM. O que parece é que nem o direito de adoecer eles têm, sendo que o adoecimento é resultado do que eles sofrem enquanto servem e protegem a população.

O major do Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará e mestre em Saúde Pública/UFC, Edir Paixao, preocupado com os índices de suicídios na segurança pública, realizou uma pesquisa, no período de 2000 a 2014 sobre o tema. Neste período, o major identificou 57 suicídios e 173 tentativas praticadas por 107 profissionais. Proporcionalmente, os policiais de suicidam muito mais que qualquer outro cidadão.

Lutamos para que investimentos sejam realizados nos cuidados para com a saúde dos nossos profissionais, que hoje estão quase que completamente desassistidos pelo Estado. A saúde também é um direito!

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