A primeira Cacique Feminina do Ceará e do Brasil, Maria de Lourdes da Conceição Alves, mais conhecida como Cacique Pequena, receberá a Medalha Boticário Ferreira nesta sexta-feira (2), às 16h, na Câmara Municipal (CMFor).

O reconhecimento é do vereador Sargento Reginauro, que conheceu a tribo Jenipapo-Kanindé, no Aquiraz, e viu quão forte é a representação da Cacique, enquanto mulher e enquanto chefe de uma tribo indígena. “Eu tive que ouvir de outros caciques que mulher só serve para cama e beira de fogão”, lamenta Pequena, após ter quebrado tabus e vencido o preconceito machista de que a mulher nasceu para cuidar da casa e dos filhos.

Entregar essa Medalha a Pequena é, além de defender, valorizar a natureza e aquilo que ela nos proporciona. O vereador Sargento Reginauro é defensor da causa, tanto que aprovou duas emendas no Código da Cidade: uma sobre o direito da natureza de existir (264/2019) e outra sobre a ampliação da cobertura vegetal (266/2019). A primeira tem o intuito de blindar a preservação e a manutenção da “Mãe Terra”, como costuma chamar Cacique Pequena. Já a segunda é sobre a cobertura vegetal, que está longe de ser o adequado. A quantidade mínima preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 m² de área verde por habitante, sendo que atualmente está em 8m². Portanto, a emenda propõe que em até cinco anos haja 12m² por habitante, ou seja, cerca de uma árvore por morador.

Reconhecimento nacional

Apesar de serem os primeiros habitantes brasileiros, os índios ainda convivem com o preconceito e a violência. Na última semana, o cacique Emyra Wajãpi, de 68 anos, da tribo Wajãpi, no Amapá, foi assassinado por garimpeiros, que depois invadiram a aldeia. Segundo informações, o líder indígena foi esfaqueado e teve seu corpo jogado no rio. “Essa é uma evidência da violência contra os povos indígenas, portanto a valorização desses povos é a valorização da história da nossa nação. Eles merecem respeito e reconhecimento!”, salientou o vereador Sargento Reginauro.

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