Os dias vão passando e aos poucos tudo volta ao normal.
O trânsito liberado, a rotina da vida corrida…
E é assim mesmo, segue o bonde, a vida é dinâmica.
Para alguns ainda resiste a dor, as dificuldades, a saudade de quem partiu tragicamente e inesperadamente. O tempo ainda carece de maturação para estes.

Aos demais, a cada dia mais vagas vão ficando as lembranças de todo aquele momento assustador, de duas semanas atrás.
Para os bombeiros, não houve tempo de muita coisa, no outro dia a rotina já os chamava para outras tantas pequenas tragédias cotidianas. Desabamentos, incêndios, acidentes automobilísticos, suicídios, afogamentos, animais em apuros… Enfim, segue na missão de oferecer socorro aos que precisam.

As homenagens passam e voltaremos para o ponto de partida: quando seremos lembrados e valorizados pelo que importamos e somos, não apenas por um ato isolado?
Isso não é um desabafo, não é um sensacionalismo barato e fortuito, é apenas a observação de quem olha por dentro.
Vi negações públicas de autoridades de que o Corpo de Bombeiros do Ceará não está equipado à altura de um acidente daquelas proporções. Não é feio admitir, é sinal de maturidade. E uma mostra de que de fato teremos algo diferente de agora em diante.

Por hora, segue a incerteza e o estado de alerta para o que ainda pode acontecer nessa cidade.
Por hora, nada mudou e não podemos esquecer o que Andrea tem de mais sério a nós dizer.

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