O Ceará foi desafiado pelo crime organizado no início do ano passado, a crise na segurança durou mais de um mês, porém, infelizmente, foi tratada com amadorismo. Com os comércios fechados, ataques, incêndios, redução da frota de ônibus e toques de recolher, o caos foi instalado e as facções detiveram o controle no Estado. Contudo, quem conteve essa crise? Quais foram os personagens principais? A resposta é simples, pois foram os mesmos que iniciaram esse ano reivindicando a garantia de seus direitos fundamentais. 

Esses são protagonistas na luta diária contra a criminalidade. Foram eles os grandes responsáveis pelo fim da crise, no entanto o mérito não foi dado. Eles também reduziram em mais de 50% o número de mortes violentas, mas quando se trata de garantia de direitos não são vistos com os mesmos olhos. Porém são guerreiros e sabem da sua força, tanto que o grito por dignidade ecoou e atingiu até o Governo Federal, mesmo cheio de situações complexas e difíceis. Uma grande guerra, que após a atuação de uma retroescavadeira, se tornou uma guerra pessoal e injusta. 

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Foram treze dias de tensão, mas também de união. A guerra dessa categoria se arrasta há mais de dez anos, apesar de legítima é uma luta desigual, onde um lado tem a máquina na mão e o outro tem sede de dignidade. A busca é incessante, mas o caminho é cada vez mais longo e difícil, especialmente quando se trata de representatividade, pois não há quem possa dar voz às suas angústias. Essa é uma das dificuldades, já que as suas associações não podem agir como sindicatos e quando travam a batalha sofrem retaliações. 

Trata-se de uma categoria que sofre com a falta de reconhecimento e valorização, inclusive quando um deles morre só se ouve o silêncio. Portanto, quem intermediará suas demandas? Ainda não há resposta, mas, apesar de sabermos que não iríamos sair dessa guerra sem feridos, sabemos que somos gigantes e que juntos conquistaremos tudo que merecemos. A luta é incessante, não descansaremos! 

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