Aos poucos as coisas estão voltando ao normal e vamos recobrando a lucidez absoluta. Esse movimento foi bem mais intenso do que 2011/2012, cheio de situações mais complexas e difíceis. Uma guerra muito maior e não apenas com relação ao tempo, que foi mais do que o dobro da primeira, mas pelo alcance. Mexemos com todas as forças do poder Estadual, atingindo até o Governo Federal.

Ainda tem muita gente achando que perdemos, mas não estão conseguindo ver o tamanho da nossa vitória. O que conseguimos vai repercutir para policiais de todo o País, pois agora o Supremo Tribunal Federal (STF) vai ter que responder uma pergunta importante:
Se essa categoria não pode fazer greve, se suas associações não podem agir como se fossem sindicatos, quem intermediará suas demandas? Quem dará voz às suas angústias? Essa pergunta é feita pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e será levada ao ministro Alexandre de Moraes (STF) ainda nessa semana.

No âmbito estadual, conseguimos abrir a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) para uma fiscalização de seus atos ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública do Ceará e Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE). Os carrascos das comissões estarão sendo observados para que não cometam abusos de autoridade. Estamos sendo vistos e ainda que pareça pouco, sair dessa invisibilidade é uma luta que temos travado pelos últimos 10 anos sem uma resposta efetiva.

Sim, estamos sujeitos a um acordo que nos faz lembrar um outro que não foi honrado no passado, mas agora os tempos são outros e os atores também. Ganhamos reforços para denunciar a falta de cumprimento desse novo ato. Os primeiros sinais de que será diferente já apareceram. Nossos irmãos serão soltos. Teremos a revisão da nossa tabela com o compromisso de mais algum ganho na carreira.

Enfim, acho que ninguém acreditava que iríamos sair dessa guerra sem feridos e com todas as conquistas. São quase 200 anos de problemas que apenas nos 10 últimos têm sido discutidos por representantes legitimamente nossos.

As críticas são legítimas, mas guardo minha consciência em paz, com a certeza de que dei o meu melhor sempre pensando nos nossos irmãos que poderiam sair bem mais prejudicados desse processo. Uma nova batalha está em curso, e já caímos em campo desde ontem (2 de março), visitando as autoridades para acompanhar e cobrar o cumprimento do acordo. Não descansaremos.

Deixo aqui meus agradecimentos a todos e todas que têm enviado mensagens de apoio e coloco-me à disposição de quem estiver precisando de apoio direto. Estamos juntos!

Sargento Reginauro

 

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