São 9 anos de diferença. Naquela época, o governador era Cid Ferreira Gomes. Hoje, Camilo Sobreira de Santana. Partidos diferentes, mas de mesmo grupo. Porém, naquela época um governo ainda mais opressor cujo seu representante era aquém dos servidores estaduais. Sequer quis fazer reunião, não quis diálogo, e buscou oprimir aqueles que clamavam por justiça. Por conta da manifestação silenciosa, vários policiais e bombeiros, com destaque ao Sargento Reginauro, hoje presidente da Associação dos Profissionais da Segurança e vereador de Fortaleza, foi preso, demitido e expulso da corporação, que naquela época contava 17 anos de serviço.

Hoje, é bem claro que a tropa está mais forte e ciente de que precisa estar unida para conseguir o que acha ser direito seu. A última quinta-feira, 6, entrou para a história. Foram cerca de cinco mil homens e mulheres que se uniram. Esses homens e mulheres pegaram chuva e pressionaram para que fossem ouvidos. Foi por conta desta mobilização que o Governo se sentiu pressionado para solucionar a insatisfação destes servidores que um dia decidiram servir a população e hoje clamam por reestruturação salarial. Não fossem sua força e garra, e terem levado seus familiares para a Assembleia Legislativa, o Governo do Estado do Ceará não teria aberto as portas do Palácio da Abolição para encontrar uma saída que pudesse trazer melhorias para a categoria.

“Nós estamos aqui hoje podendo de alguma forma comemorar a primeira vitória dessa grande batalha. Ainda temos várias outras mas só podemos comemorar graças à adesão da nossa tropa. Se não fossem vocês, certamente nós estaríamos ainda apenas lamentando a situação que o Governo colocou para nós”, ressalta Sargento Reginauro.

O resultado da reunião no Palácio da Abolição ainda não trouxe vitória para a classe, mas abre o diálogo e a premissa de que ninguém será perseguido, e que a reestruturação salarial será acordada entre a tropa e o Governo. Também, já em março os trabalhadores sentirão o aumento em suas contas bancárias.

TABELA EM CONJUNTO

Na última sexta-feira, 7, os presidentes das associações que representam a categoria militar do Ceará, das quais estavam a Associação dos Profissionais da Segurança (APS), representada pelo vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro, bem como Assof, Aspramece, Asprace, Fuasmece, e o deputado estadual, Soldado Noelio se reuniram a fim de apresentar uma segunda tabela que fosse justa a todos os militares e que seus salários fossem acima da perda inflacionária que chega, hoje, aos 30%, durante os últimos cinco anos.

“A ideia é a gente apresentar duas propostas que sejam justas para a tropa, e principalmente, que o IRSO seja realizado não para suprir a necessidade de ter um salário adequado, mas que seja opção do servidor de fazer um extra esporádico, o que não estava acontecendo. Por diversas vezes foi denunciado que os policiais ao todo folgam dois dias e trabalham 28 ininterruptamente, e isto não está certo. Por isso tantos profissionais apresentam problemas de saúde ou pedem afastamento do trabalho. Este regime adoece os nossos policiais e bombeiros ”, ressaltou o presidente da APS.

REUNIÃO NA AL

Nesta segunda-feira, 10, a comissão de deputados estaduais, o vereador de Fortaleza e presidente da APS, Sargento Reginauro, o deputado federal, Capitão Wagner, e representantes das associações se reúnem com Élcio Batista, secretário da Casa Civil do Governo do Estado, para debater sobre as tabelas. A perspectiva é que ainda hoje saia um posicionamento positivo para a tropa.

 

Veja o resultado da reunião desta segunda-feira, 10, com o Governo do Ceará:

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