O autoatendimento nos transportes públicos de Fortaleza e os seus impactos foi tema de Audiência Pública, na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), nesta terça-feira (18). O vereador Sargento Reginauro participou do debate com representantes sindicais, usuários, motoristas, cobradores e membros de entidades e do poder público, com a seguinte defesa: #SóCartãoNão. O Sindiônibus e a Prefeitura de Fortaleza não compareceram a Audiência.

O vereador Sargento Reginauro, membro da mesa, trouxe a discussão o caso dos moradores do Interior do Estado e dos turistas, que, apesar de não residirem na capital, fazem uso dos transportes coletivos. Logo, como essas pessoas farão uso se não possuem o cartão?  “São cobradores demitidos, estudantes prejudicados, famílias que se desdobram para conseguir custear a compra do cartão, sem contar nos turistas que chega na nossa cidade sem entender o fato de os ônibus não receberem o seu dinheiro. Como essas pessoas vão se locomover numa cidade como essa?”, salientou o parlamentar que abraçou a causa e informou que só vai desistir quando tal realidade for modificada.

A audiência, de autoria da vereadora Larissa Gaspar, defende o pagamento exclusivo da passagem de ônibus através de cartão prejudica os usuários e ainda as famílias dos cobradores de ônibus, que estão com seus empregos em risco. A exigência se enquadra como uma contravenção penal, conforme o artigo 43 da Lei das Contravenções Penais, e ofende o Código de Defesa do Consumidor, no artigo 39, parágrafo IX. “Não podemos aceitar que as pessoas que querem pagar em dinheiro sejam proibidas. Não aceitamos a demissão dos cobradores!”, afirmou a vereadora, que criou um abaixo-assinado para a medida.

Os cobradores e usuários argumentam que a quantidade de pontos de venda é desproporcional e a utilização do cartão não eleva a segurança, pois “Ao invés de se direcionar para o cobrador, os ladrões vão para os passageiros”. Além disso, outro argumento, um dos principais, é a demissão em massa dos cobradores. Mais de 400 já foram demitidos.

Vestidos de vermelho com a hashtag #NãoaofimdosCobradores, os participantes, através dos cartazes, diziam: “Só cartão não reduzirá os assaltos!”; “A prefeitura tem que estar a serviço da população!”; “O projeto força a população a se ajustar aos interesses particulares!”; “Nós temos que lutar porque é na luta que a gente se encontra”.

 

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