O papel da Organização Social é ser braço do Estado quando este não consegue dar assistência à população. Por isso, o vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro, não concorda com ONG que precisa pagar alvará para exercer sua função: ajudar pessoas. E nesta semana o vereador conheceu um dos braços no atendimento às pessoas com deficiência intelectual e mental, a Associação Pestalozzi de Fortaleza, reunindo-se com o presidente Gilberto Maia e Nirla Machado, vice-presidente. A Associação atende 330 autistas.

Para exercer sua finalidade, que é por amor àqueles que são atendidos que Instituições como a Pestalozzi existem. Para ter-se uma ideia, são 82 pessoas em lista de espera para terem acompanhamento. A Associação dá suporte no ensino para crianças, além dos adultos que possuem algum tipo de deficiência mental, como autistas e síndrome de down.

A Pestalozzi é apoio e terapia para que os alunos tenham sucesso na escola regular. A grosso modo, para que os pais contem com uma das 300 associações existentes em nosso Ceará é preciso que a criança esteja matriculada em uma escola municipal regular. São 42 alunos que a Prefeitura de Fortaleza reconhece, fornecendo refeições. Acontece que nem todas as crianças, jovens e adultos estão matriculados numa escola municipal, e para atendê-los a diretoria da Instituição precisa pôr o próprio dinheiro. No mais, a Pestalozzi sobrevive de doações, parcerias e convênios, que ainda são poucos.

Por já ter estagiado na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), como educador físico, Reginauro se sensibilizou com a nobre causa de ajudar pessoas, por já ter familiaridade em trabalhar com quase nenhum recurso.

“Estagiei na APAE e sei como é difícil manter uma Instituição que se preocupa com as pessoas sem quase nenhum recurso. Existe muito amor que envolve as pessoas numa causa”, afirmou.

Afora os investimentos pífios, que há a sensação de que o Estado estende o braço, mas depois cospe nesses mesmos braços, foram vistos que muitos profissionais, sejam eles da área da saúde ou da educação, vão todos os dias a estas associações por compromisso, pela gratificação de ver a evolução destas pessoas dia após dia, apesar de estarem com os seus salários atrasados há mais de seis meses. 

É preciso olhar com carinho para quem precisa. Por isso, tramita na Câmara Municipal o projeto de sua autoria intitulado de “Cuidador Anjo”, bem como foram apresentadas emendas para o Código da Cidade, dentre elas está a Isenção de Alvarás para Organizações Sociais. Afinal de contas, para quê cobrar alvará de funcionamento para Instituições filantrópicas, que apenas visam melhorar um pouco a vida de quem não é abastarda?

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