MPCE propõe duas ações contra Prefeitura de Fortaleza por falta de programas voltados às crianças abusadas sexualmente e em situação de rua.

Pelo tempo do Grande Expediente da Câmara Municipal nesta quinta-feira, 21, o vereador Sargento Reginauro trouxe à Tribuna da Casa, sérias críticas aos investimentos que a Prefeitura de Fortaleza não tem destinado à assistência social, em especial para as crianças e adolescentes abusadas sexualmente e aquelas em situação de rua.

A falta de atenção a esse público, fez com que o Ministério Público do Estado do Ceará ingressasse com duas ações civis públicas denunciando gravemente o governo municipal pela falta de políticas para esse fim. As ações questionam o fato de a Prefeitura ter investido mais verbas em comunicação institucional de governo, por exemplo, e por isso, pede a cassação do mandato de Roberto Cláudio, e dos direitos políticos dele num período de 5 a 8 anos.

Veja o processo que RC responde por improbidade administrativa

Veja o processo que RC responde pela falta de repasse para políticas públicas para crianças exploradas sexualmente

Durante pronunciamento, Reginauro mostrou em vídeo, dados importantes que comprovaram as faltas cometidas pela gestão municipal desde que assumiu o governo anterior. Em 2013, os gastos do município com assistência social foram de R$ 83.292,746, enquanto em 2018, os valores foram de R$ 84.897,971. Em soma simples, concluímos que o município de Fortaleza gastou em 2018, 24% a menos com assistência social, se levarmos em consideração o valor real empenhado em 2013, que seria de R$ 111.681,278.

Veja meu pronunciamento

Veja o Infográfico de gastos e juros da Prefeitura de Fortaleza

De acordo com o parlamentar membro da oposição, essa situação poderia ter sido diferente se o prefeito Roberto Cláudio soubesse priorizar vidas, ao invés de obras. “Quando vejo aqui os números apresentados por Roberto Cláudio, eu tenho dúvidas de que cidade estamos falando. Ele pertence a um grupo político que tem priorizado historicamente nesse estado o concreto, tijolo, cimento. O prefeito tem privilegiado concreto em detrimento do social”, comentou Reginauro ao comparar os resultados apresentados pela gestão RC. Enquanto isso, os gastos com o social têm tido uma involução, como é o caso da Fundação da Criança e da Família Cidadã de Fortaleza (FUNCI).

Segundo a ação civil pública, existe hoje, apenas um programa que realiza atendimento especializado a estas vítimas, que no caso é o programa Rede Aquarela, vinculado à FUNCI, que tem como presidente Tânia de Fátima. Com isto, concluímos que, os investimentos das políticas públicas para combater o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, de acordo com o previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA), não foram executados pela Prefeitura de Fortaleza, o que torna ainda mais vulnerável a vida dessas pessoas.

A omissão do gestor em executar projetos para esse público, bem como os danos decorrentes desse comportamento, sendo que a omissão no cumprimento de garantir a proteção de crianças e adolescentes vítimas de abuso/exploração sexual no município de Fortaleza, implica ofensa aos princípios da administração.

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