É da essência do vereador de Fortaleza Sargento Reginauro o carinho imenso pela arte, pela cultura, pelos palcos e, claro, pelo audiovisual.

Na semana passada, Reginauro Sousa foi procurado por representantes da Câmara Setorial do Audiovisual do Ceará, Suzana de Souza Costa (Fórum de Produtoras Independentes do Ceará) e Wolney Oliveira, produtor e diretor para uma reunião com o deputado federal Capitão Wagner. O resultado deste encontro foi uma reunião, no Rio de Janeiro, com o presidente da Ancine, Christian de Castro, na tarde desta segunda-feira, 13.

Estiveram reunidos Márcio Martins, Capitão Wagner e o sargento, discutindo sobre a resolução da Ancine, que aguarda a publicação do Tribunal de Contas da União (TCU) para que seja feito um apanhado dos projetos anteriores com prestação de contas. Acontece que o TCU dará apenas 14 meses para desenvolver esta tarefa. E com o efetivo que a Ancine tem só dá para entregar de fato em 5 anos.

Com isto, estão em risco 3 mil novos projetos de audiovisual, como filmes e séries que poderão não receber qualquer incentivo e serem cancelados. Com essa resolução, 300 mil empregos gerados na produção de audiovisual de forma direta e indireta, que representam 2,4% do PIB correm sérios riscos de serem extinguidos. Apenas no Ceará 2.468 agentes estão cadastrados no mapa cultural do Estado. Ou seja, mais de 10% dos trabalhadores são voltados para a cultura, segundo dados do Conexão Centro-Oeste Nordeste (Conne).

Em números, no ano de 2017, com a Lei do audiovisual, cerca de R$ 354 milhões foram gerados numa indústria que envolve desenvolvimento, produção, exibição e distribuição, além de abranger outros ramos, como jogos eletrônicos.

Foi constatado em pesquisas da Fundação Getúlio Vargas em parceria com o extinto Ministério da Cultura que o setor gera receita para outros 60 segmentos da economia, desde microempreendedores até grandes grupos econômicos. São eles hotelaria, transporte aéreo e terrestre, alimentação, design etc.

Ao fim da reunião, a conclusão foram boas resoluções. Pelo mandato do Capitão Wagner  será levada uma proposta à Câmara dos Deputados para que seja garantida uma cota em Lei, e não mais em decreto para que os filmes nacionais tenham cota mínima para filmes locais. Outra definição é a presença de um membro nas regiões Norte, Nordeste e Distrito Federal no Comitê Gestor da Câmara Setorial, que tem como objetivo fazer a execução de todos os investimentos do audiovisual. “Não existe hoje um membro, mas iremos atrás de alterar para que seja garantida a permanência de um representante para cada setor”, pontuou o vereador Reginauro.

Também foi aproveitada a oportunidade para falar sobre a cota de tela, no qual o cinema brasileiro tem sido prejudicado, como no lançamento dos Vingadores, que tirou das salas de cinema, mesmo com altíssima bilheteria, o aclamado Cine Holliúdy 2.

A certeza é uma só: ir em frente, na luta, para que a produção audiovisual não continue sofrendo graves consequências e que seja possível garantir que estes novos projetos saiam do papel e ganhem telinhas e telonas! Afinal, para o desenvolvimento de um indivíduo, fazem-se necessários os pilares: cultura, educação e segurança.

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Novidade:

Depois da reunião, soubemos que a Ancine passou a ter de volta os recursos que foram suspendidos pelo TCU. Agora, os três mil projetos não sofrerão mais qualquer falta de investimento para a execução. 

 

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