Nos últimos dias, a questão do assédio às mulheres nas forças de segurança, especialmente as policias militares e bombeiros militares, ganhou força no país, após um fato desrespeitoso ocorrido num grupo de WhatsApp aqui nosso Estado. Apesar do desagradável fato, em conversa com várias amigas policiais e bombeiras, tenho falado do quão importante esse episódio foi. Ele escancarou para o país uma questão muito mais presente e corriqueira, do que se pensa, de uma forma nunca antes vista.

Sabemos que esse assunto não é exclusividade da nossa categoria, antes fosse, seria um mau menor. Infelizmente, é um tema da sociedade brasileira, que ainda convive com índices absurdos de feminicídio e abusos contra a mulher. Grande parte deles realizados no próprio ciclo familiar. E está claro que não é simplesmente uma questão de lei, pois mesmo com o advento da “Maria da Penha”, os índices não regrediram. É mais uma questão de cultura e para mudar isso é preciso passar diretamente por um processo educacional.

Tenho também escutado o desânimo de muitas que não acreditam mais em mudanças dessa triste realidade dentro das nossas instituições. Mas não posso deixar de encorajá-las, pois muito já se caminhou nesse pequeno espaço de tempo desde a chegada da primeira turma de mulheres nas forças militares cearenses. Já temos mulheres em todos os quadrantes da atividade policial e bombeiro militar: pilotando viaturas operacionais; nas tropas de elite da PM; no salvamento do corpo de bombeiros; no combate a incêndio, em investigações, perícias. Temos mulheres em função de comando, inclusive, no Batalhão de Choque. São muitas conquistas em menos de três décadas de lutas!

Apesar de desagradável, vejo com bons olhos o avanço dessa discussão, com boas perspectivas de avançarmos mais uns dez anos em um ou dois no máximo. Vejo discussões como essa serem levantadas de forma positiva, pois é o reflexo dos novos tempos, do debate global sobre empoderamento feminino. É um caminho sem volta e como diz a expressão ‘é pra frente que se anda’, portanto, avante guerreiras! A luta não pode parar! 👊🏾

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