O resultado das eleições a presidência até aqui somam um ano e nove meses, e ainda dita a pauta na imprensa cearense. Bolsonaro é uma figura que mexe com a política cearense e desenvolve maior destaque nas eleições deste ano. Prova disso é que o jornal O Povo citou a desenvoltura do presidente direitista ao pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, que se apresenta como o mais preparado para o cargo, Capitão Wagner.

O capitão da reserva da Polícia Militar do Ceará não surgiu de agora, e nem teve alcance pelo fato de ter um militar na presidência, mas claro que dá mais holofote à causa, é o que pontua o vereador do Pros, Sargento Reginauro, que é bombeiro da reserva. “O grito estava engasgado. Precisávamos falar. E isso ocorreu a partir do movimento paredista organizado em 2011, que tinha como mote melhores salários e melhor infraestrutura nos quartéis. O Capitão Wagner se destacou dentre todos nós, tornando-se nosso líder na nossa luta a partir daquele momento”, disse Reginauro. “Dali em diante fomos aspirando voos maiores e graças a um presidente que veio da corporação e sabe dos nossos percalços, tivemos mais visibilidade perante a sociedade, e ainda com as bandeiras que seguíamos: contra todo o desvio de conduta, corrupção e distorção de valores. Por isso a imagem de Bolsonaro é atrelada a ele (Capitão Wagner)”, reforça o vereador.

A força de Bolsonaro é um fato incontestável. Prova disso foram 72 candidatos bolsonaristas eleitos. No Ceará, o palanque do presidente consiste entre militares de carreira, no qual 15 o fizeram menção nas últimas eleições, de um total de 517 candidaturas deferidas ao Parlamento cearense.

“Nós, militares e agentes de segurança, somos conhecedores do direito, assim como nos preocupamos com a melhoria da nossa sociedade, que ainda é muito esquecida. Portanto, ingressamos na carreira política para mudar o cenário atual, denunciar as irregularidades e combater a corrupção”, explica o vereador, que assumiu seu primeiro mandato em fevereiro de 2019.

Dentre os postulantes ao cargo público, estão delegados, capitães, cabos, majores, sargentos e subtenentes, e com total apoio daqueles que foram esquecidos usaram o apelo popular das patentes ou cargos policiais para galgar espaços na política institucional. Dois conseguiram: Delegado Cavalcante (PSL) e Soldado Noelio (Pros).

Para o bombeiro militar e vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro (Pros), o protagonismo militar é histórico e não possui relação direta com a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Além disso, o sargento da reserva salienta sobre a importância de ter agentes de segurança na política. “Precisamos fazer parte desse mundo para integrar o nosso trabalho com a sociedade e ainda desmistificar a imagem ruim que a imprensa insiste em vender como verdade”, diz o Sargento.

A lista de ingressados advindos das corporações militares seria maior, conforme o Povo salientou, mas dois policiais eleitos não se propagaram como candidatos bolsonaristas. “A verdade é que até aqui a categoria militar foi esquecida pelo poder Executivo e por conta disso foi preciso que militares mostrassem seus rostos para além dos quartéis na busca pela empatia da sociedade”, disse Reginauro. “De 2011 pra cá percebemos que tínhamos espaço e nosso grito poderia ser melhor ouvido e ecoado até chegar às autoridades com um cargo político. Além do mais todos merecem representatividade e porque não um militar não ser representado nas casas legislativas e até na presidência?”, questiona o vereador.

Em tempo, o mais destacado dos parlamentares bolsonaristas é o capitão da reserva da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Wagner Sousa Gomes. Capitão Wagner (Pros) disputou eleição em 2010, mas, sem aparato que o projetasse, ficou na suplência de Fernanda Pessoa. Viria a eclodir decisivamente para a vida política entre 2011 e 2012, ao liderar movimento paredista de PMs e Bombeiros por melhores condições de trabalho.

Depois, Capitão Wagner foi o vereador mais votado da história de Fortaleza. Quando tentou o Paço Municipal, em 2016, perdeu para Roberto Cláudio (PDT), não sem antes ter levado o páreo ao segundo turno, etapa na qual obteve 46,43% do eleitorado. Em 2018, ganhou novo recorde, sendo o mais bem votado para ingressar na Câmara dos Deputados pelo Ceará.

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